domingo, 29 de maio de 2011

Europa 2011 - Capítulo III

 O RELATO DA ANA, parte 1

Ana Carranza

O ROTEIRO DOS 15 DIAS:
27/04 Meia-noite! Partida de Rio de Janeiro
28/04 Chegada em Paris
03/05 Rouen (pernoite em Rouen)
04/05 Tours (pernoite em Tours)
05/05 Tours (pernoite em Limoges)
06/05 Rocamadour (pernoite em Limoges)
07/05 Lourdes (pernoite em Lourdes) Ana: Paris (pernoite no trem)
08/05 Paris (até o regresso) Ana: Barcelona, Ibiza, pernoite em Ibiza
10/05 Paris (até o regresso) Ana também
11/05 Paris, retorno a Rio de Janeiro à noite

RELATO DOS DIAS 
30/04 (Montparnasse e jantar chic)
01/05 (Notre Dame e concerto gospel)
e 02/05 (David e a aventura do cyber)

Tanta era minha vontade de que a viagem saísse, e pelo melhor preço possível, que acabei assumindo sozinha a tarefa de comprar e reservar hotéis e trens para todo mundo. Em posse dos cartões de crédito dos 7 viageiros, comprei as passagens no site da SNCF (trens da frança) utilizando, sempre que possível, a opção “retirar no balcão”. Só nas passagens para Rouen, não houve outra escolha a não ser imprimir em casa. Não tive coragem de pedir em para enviar pelo correio pois eram 6 trechos x 7 pessoas = 42 passagens, excluindo baldeações, achei mais seguro resolver pessoalmente por lá!

Quis o destino que minhas impressoras (plotters) estivessem com defeitos contínuos e variados nas duas semanas que antecederam à viagem, motivo pelo qual não imprimi todos os emails de comprovação, e até esqueci de encaminhar alguns para os respectivos titulares. Entre as coisas que não imprimi, estava a lista dos meus cartões, senhas e telefones das operadoras que tinha enviado para mim mesma por email. Outro erro que cometi foi o de não relembrar o pessoal de levar os cartões com os quais tinha sido feita a compra pois só com ele era possível se retirar a passagem. Tuuudo é experiência ...

A programação para o dia 4 previa uma serie de baldeações entre Rouen e Tours com pouco tempo entre os trens: chegávamos na Gare St Lazare e, uma hora depois, pegávamos o TGV na Gare Montparnasse, metro 13 mediante. Então decidimos ir resolver toda a questão das passagens em Montparnasse e lá analisar bem a estação, que é muito grande, estudar como seriam a nossa chegada e a nossa partida.

Sábado 30 de abril: Chegamos de manhã e fomos lá na fila, numa grande sala de venda de passagens. “Alugamos” uma senhorita que parecia mais disposta do que realmente provou estar. Não a culpo: a entupimos de emails impressos e cartões de crédito. Ai começaram a aparecer os problemas: eu não lembrava da senha do meu cartão, Vera tinha deixdo o cartão dela no hotel e algumas passagens de Murilo e quase todas as da Fátima, não apareciam. Claro que, havendo motivos pelos quais nós éramos culpados (falta de senha ou cartão) ela pôs todos os problemas em cima da gente e não tivemos mais opção que sair a buscar solução por nós mesmos. Para então, já era mais de 13 h!

Ruy dizia que da próxima vez faria tudo com uma agencia de viagens. Eu disse, “Tá doido? Agora que aprendi???”.  Eu acho que os problemas teriam aparecido de qualquer jeito e não teríamos, naquela hora, o agente de viagens para nos guiar.

Pois bem. Vera, Dimas e Ruy voltaram ao hotel buscar o cartão e deixar o Ruy que queria descansar. Eu sai procurar um cyber. Gente, como é difícil!!! Finalmente um rapaz de brinquinho e tatuagem, vendedor de uma loja de discos dentro da estação, que me perguntou se também precisava de computador (isso!), me indicou um que ficava a uns 6 quarteirões. Lá recuperei minha senha e imprimi o comprovante de Murilo que faltava. Burra! não confirmei e devia ter imprimido também a passagem dele a Rouen!! Fátima e Avelina aproveitaram para dar uma conectada. Caaaro esse cyber...!

De volta na estação, em outro guichê, as passagens de Fátima estavam todas ai, sempre tinham estado ... a passagem de Murilo também, minha senha funcionou e, quando chegou a Vera com cartão, finalizamos tudo. Um funcionário nervoso com quem eu tinha brigado e depois pedido mil desculpas pois vi que o erro era meu, foi super amável nos ensinando a “composter” os nossos “billets” na maquininha e a identificar o lugar de saída do nosso trem do dia 4.

Mas para então, já eram quase as 5 da tardeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!!! Só deu tempo de voltar para trocar roupa e sair ao nosso jantar chic comemorando o aniversário da Fátima. Que foi um luxooooooo sóooo!!! É Fátima, saudamos o grande dia!

O dia seguinte, domingo 1° de maio, foi um dia de ritmo tartaruga. Passamos o dia inteiro em Notre Dame e arredores, missa das 10, beatificação de papa, parque, fila no banheiro, passarinhos que brigavam pela comida nas mãos das pessoas ... Quisemos ir ao mercado de pulgas depois, mas erramos de trem e estação. Para então, já eram as 4 da tarde e não daria tempo de ir ao lugar certo pois queríamos pegar um concerto de musica gospel que começava 6.30, aí no centro. Então, aproveitamos o tempo que ficava vendo outras igrejas no bairro e almoçando comida francesa de verdade, chega desses italianos... Mmmmm! Por que ela é tão deliciosa??? E o concerto foi muito bom!

O David viria se encontrar com a gente no dia seguinte, dia 2, então, depois do concerto, Ruy e eu voltamos para o hotel para planejar esse dia e ver como agilizar o passeio. Jantamos uma bela lasanha no restaurante do bairro e fomos dormir. Mas logo chegaram os demais e eu desci para conversar com eles. Aí, depois de mútuas críticas construtivas, modificamos os planos e decidimos que só Ruy e eu iríamos receber o David enquanto eles iriam ao Louvre.

Segunda, 02 de maio: Conforme o novo plano, então, partimos todos juntos e demos uma rápida passada pela Torre Eiffel e a Notre Dame para tirar fotos “oficiais” com a camiseta do coral. E vi que somos uns covardes!! Não cantamos e passamos o pratinho!!! .  Detalhe: na sessão de fotos, Murilo e eu trocamos involuntariamente nossas câmeras, pelo que minhas fotos com David estão na câmera do Murilo! Aaaaa! Depois Ruy e eu partimos de metro para a Gare Du Nord encontrar o David e o resto do grupo continuou a pé em direção ao Louvre.

David vinha direto de Londres passar o dia em Paris, só para nos ver! É sempre uma alegria encontrar com amigos! E mais desse jeito, num lugar diferente do habitual. Fomos pegar o metro, eu dei a David um, e depois outro, dos meus boletos e não passou nenhum!. Eu juro que eram novos e bons! Só o terceiro funcionou. Ele, coitado se sentiu super constrangido, mas a gente que já andava pulando roleta ...  Fomos primeiro à Opera Garnier, salões, escadas, o palco, o teto pintado por Chagall, uma delícia!  (Fotos que enviou o David)





 
Está entre os mais perfeitos teatros do mundo e é o modelo que copiam o Theatro Municipal do Rio, o Teatro Colón de Buenos Aires e outros pelo mundo. Na loja do teatro, Ruy aproveitou para comprar uns CDs de óperas que não consegue no Brasil.

Sempre há algum turista brasileiro para tirar uma foto com a câmera da gente ...
Depois almoçamos no Fouchon, restaurante de comida deliciosa, convite do Ruy!

(Inserirei as foto quando as recuperar das mãos do Murilo!!!)

E partimos para a Madelaine.

Daí, metro aos Champs Elisées, pois Ruy queria ir na loja da Virgin comprar uns CDs de Bach com apoio moral do David.

E aqui, a aventura que não podia faltar:
Eu tinha descoberto que faltava imprimir o boleto de trem de Murilo para ir no dia seguinte a Rouen, então, de novo, a adoidada procura por um cyber em plena Av Champs Elisées. Agencias de viagens, casas de cambio, ninguém tinha a menor ideia de onde achar internet com computador! Finalmente, o rapaz de uma banca de jornais nos indicou um lugar. Havia que entrar numa galeria e, ao fundo, fundo, acharia um. Eu ia correndo, preocupada, Ruy e David, na minha cola. A galeria era muito longa e, ao fundo, fundo, as lojas iam mudando. Já não eram mais perfumarias chiques, sapatarias ou agencias de viagens; eram alfaiates, depósitos... Quase saindo na rua de trás, numa lanchonete bem feinha, perguntei a uns árabes pela internet. Veio um, e nos conduziu a uma portinha de serviço, daí descemos dois lances de uma escada estreita que levava a uma sala de máquinas. Antes de chegar ao fundo, um quartinho de pé direito bem baixo, sem janelas e uma única portinha, pela qual entramos: o cyber. Tres computadores ligados a internet, sem senha nem nada, o dono falando pakistani pelo telefone, total sub-mundo! ... A gente se sentia num filme de 007! Eu falava para Ruy e David, “Viagem comigo e conhecerão uma Paris diferente!”

Um comentário:

maitehar disse...

Nossa, a opera Garnier! Muito impressionante esse lugar! *_*
Parece mentira